tag:blogger.com,1999:blog-39765322467412235972024-03-14T14:21:59.626-03:00Contos & CrônicasAparecido José (Crazyseawolf)http://www.blogger.com/profile/02196653885645533482noreply@blogger.comBlogger13125tag:blogger.com,1999:blog-3976532246741223597.post-25863928394206941442020-12-08T00:00:00.000-03:002020-12-08T00:00:05.843-03:0008 de Dezembro de 1980, o dia em que o sonho acabou!<p>Há 40 anos atrás, nesse mesmo dia, uma das maiores mentes pensantes do século 20 era assassinado por um louco. Era como se o mundo desabasse sobre todos nós. O sonho tinha morrido!</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXLAE9ed_zj6tbAZeXQ9C2V3PdcM2747jMBx_sXBhiQRJeSICYSlGyZ9cr3RCbEMKTjeini4HHm0hL4TrmTOI9qyYegFgSRpFBTVGx_ES6sdgd7kjnof1DDyWygACK_Zvzh2AOL445YUW_/s540/john_lennon.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="347" data-original-width="540" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXLAE9ed_zj6tbAZeXQ9C2V3PdcM2747jMBx_sXBhiQRJeSICYSlGyZ9cr3RCbEMKTjeini4HHm0hL4TrmTOI9qyYegFgSRpFBTVGx_ES6sdgd7kjnof1DDyWygACK_Zvzh2AOL445YUW_/s16000/john_lennon.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td></tr></tbody></table><p><span style="text-align: justify;">Meu primeiro contato com os Beatles foi com um compacto simples que eu tinha ganho de meu meio-irmão. E eu o tocava naquela minha vitrolinha a todo momento. Não sabia que eles já tinham se separado anos antes, mas suas canções eram cativantes e até hoje influenciam muitos jovens. Eles são referências para qualquer um que está na área musical, especialmente para aqueles que realmente são roqueiros e é inadmissível alguém entrar nesse meio sem conhecê-los.</span></p><div style="text-align: justify;">Hoje após 40 anos, eles ainda são líderes em vendas no mundo. Eles continuam sendo um fenômeno musical. Sim, estou falando dos <i><b>Beatles</b></i>, e o compacto simples que ganhei trazia as canções <i><b>Let it be</b></i> e <i><b>You know my name</b></i>. E com o passar do tempo, acabei descobrindo quem era a verdadeira cabeça da banda, o revolucionário por assim dizer,<i><b> John Lennon</b></i>!<br /><br />Apesar da maioria das canções terem a assinatura <i><b>Lennon/McCartney</b></i>, dava claramente para perceber quem realmente escrevia cada música. <i><b>Paul McCartney</b></i> era mais pop, com canções bem mais leves, românticas e digestíveis. As canções de <i><b>John Lennon</b></i> eram mais ácidas, revolucionárias, e continham uma certa dose de amargura pela vida difícil que ele tinha levado (seus pais o abandonaram, ele morou com a tia). E vi em Lennon, simplesmente o cara!<br /><br />Na época em que eu comecei a curtir os Beatles, John Lennon estava no seu jejum musical de 5 anos. Em 1975, ele decidiu abandonar sua carreira para poder acompanhar o crescimento do seu filho Sean, com a sua 2ª mulher, Yoko Ono(para muitos fãs, a principal causadora da separação da banda no fim dos anos 60). Um detalhe, ele já tinha um filho, do primeiro casamento, lá pela metade dos anos 60. Há também uma teoria de que esse retiro musical se deu ao fato de que John era um cara perseguido pela CIA, suas canções de protesto (especialmente contra a guerra do Vietnam) lhe rendeu muita dor de cabeça nos EUA, e ele não queria ser deportado.<br /><br />Em 1980, eu trabalhava numa padaria, como ajudante (ou seja, um escravo). Não existia a internet, portanto as notícias não chegavam ao mesmo tempo, mas quando soube o lançamento de <i><b>Double Fantasy</b></i>, em novembro, não tive dúvidas, primeiro viriam os compactos simples e duplos, depois o LP propriamente dito. A principal música de trabalho, <i><b>Just Like Starting Over</b></i> falava de um renascimento, de um começar de novo, e com a volta de Lennon no cenário musical, crescia também a especulação da possível volta dos Beatles. Eu era só alegria e felicidade. Meu ídolo estava de volta. Encomendei tudo que ia ser lançado, tinha gasto toda a minha grana.<br /><br />O dia 08 de dezembro transcorreu tranquilo, fui dormir por volta das 22h, pois tinha que acordar bem cedo no outro dia (para trabalhar, é claro!). Nem imaginava que nessa noite algo trágico estava acontecendo.<br /><br />Somente no dia seguinte, 09 de dezembro, acabei tomando conhecimento da tragédia ao chegar às 5 da matina na padaria, e vi atrás do caixa um jornal, devia ser o Jornal da Tarde, com a primeira página estampando a morte de John Lennon, aquele fundo preto no jornal me entorpeceu. Fiquei ali parado, estático, sem conseguir pronunciar nada, com os olhos cheios de lágrimas. Fui para o fundo da padaria e longe de todos acabei chorando muito, dava murros na parede feito um louco. Não conseguia acreditar que um mongolóide, um traste, havia tirado a vida do meu ídolo máximo.<br /><br />E eu não acreditava mesmo. Cheguei em casa, após as 14h, e colocava em todos os canais da TV, e lá estava o fato trágico. Era verdade, John Lennon tinha sido baleado por um cara que lhe tinha pedido um autógrafo próximo ao pédio em que morava. E aí eu cai na real, que o sonho tinha acabado.<br /><br />O resto do dia foi péssimo, não sai da cama, fiquei ouvindo os discos dos Beatles e os do John lennon repetidamente. Parecia que o mundo havia desabado em cima da minha cabeça.<br /><br />Hoje, 40 anos após a sua morte, lembro do passado e fica uma pontinha de tristeza. Sabendo que outro cara igual como ele, tanto em atitude quanto em pensamento, não mais haverá.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyAwGoiYO0kk2GkjQNMg8GFAaiKZlhwu0HzPLXa8BFWfE35bV0y0zAAmL0tZHx3qn_xSIJrgPgY_8svfRdswUeStE7P8UUAUfp81Ba8f63kYjn5AKYod3dNEwYDvTjuNuiEFXqb4ZKZWzj/s320/JohnLennon4.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="240" data-original-width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyAwGoiYO0kk2GkjQNMg8GFAaiKZlhwu0HzPLXa8BFWfE35bV0y0zAAmL0tZHx3qn_xSIJrgPgY_8svfRdswUeStE7P8UUAUfp81Ba8f63kYjn5AKYod3dNEwYDvTjuNuiEFXqb4ZKZWzj/s0/JohnLennon4.jpg" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><br /></div>Aparecido José (Crazyseawolf)http://www.blogger.com/profile/02196653885645533482noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3976532246741223597.post-58672647851202720772015-12-09T06:00:00.000-02:002015-12-09T06:00:08.050-02:00Uma volta ao passadoE de repente, salto da cama naquela ansiedade porque estava atrasado para o trabalho. Não tinha ouvido o despertador nem o toque do celular. Mas ao levantar percebi algo estranho. Não era o meu quarto, nem a minha cama e eu parecia menor do que tudo...
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Por incrível que pareça, lá estava eu com de volta com os meus 13 anos e na casa por onde vivi boa parte da minha infância e adolescência. E lá estava a minha mãe fazendo o café para o meu padrasto que estava se aprontando para ir trabalhar. Eu tinha voltado no tempo, pelo menos a minha consciência. Um menino com a mente de um adulto cinquentão.
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Levou um tempo para clarear as idéias e perceber que tudo aquilo era real. A tarde iria para a escola e eu reveria os amigos que há muito não mantinha contato, além dos professores que me marcaram nessa época.
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Ao passar uma semana, percebi que não tinha volta. A volta no tempo parecia ser irreversível. Eu tinha recebido uma segunda chance. Não cometer os mesmos erros de outrora e viver do jeito que eu tinha imaginado, sem o medo que permeou em toda a minha vida. Não fazer coisas dos quais eu me arrependia. Seguir a carreira que só fui perceber que era a tal depois de velho, e passar longe de tudo que eu tinha feito na vida, mas principalmente uma coisa eu coloquei em primeiro lugar... <b>Impedir o assassinato de John Lennon!
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQAX6BkdAUmDaGaLSg52U91HUQUQiv0TNlVY1tj1yzUlRSmaRn7Q-uxG7HiQi9G1sXv-sBdUD2W7qIYJvm5dhKfo4KSTNUv2mt7GscfoNSYcJv1shh-82-5l6qP4LZe0xVmqQKH-y0-Jn0/s1600/john_lennon_sonho_n%25C3%25A3o_acabou.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQAX6BkdAUmDaGaLSg52U91HUQUQiv0TNlVY1tj1yzUlRSmaRn7Q-uxG7HiQi9G1sXv-sBdUD2W7qIYJvm5dhKfo4KSTNUv2mt7GscfoNSYcJv1shh-82-5l6qP4LZe0xVmqQKH-y0-Jn0/s1600/john_lennon_sonho_n%25C3%25A3o_acabou.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">via <a href="http://loucodorgado.blogspot.com.br/2015/12/ele-ainda-continua-vivo-em-nossas-mentes-e-coracoes.html">Dorgas on Fire!</a></td></tr>
</tbody></table>
<a name="C&C">Mas como fazer isso?</a> Como entrar contato numa época sem computadores, smartphones e as redes sociais? Só me restavam as boas e velhas cartas. Da minha vida prévia, eu sabia qual seria o endereço que Lennon iria morar com a Yoko em Nova Iorque. Então eu deveria esperar o momento certo para começar a me corresponder.
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Mas será que Lennon iria me levar a sério? Eu não poderia entrar em contato e dizer que eu era do futuro e que tinha voltado ao passado, então apelei para aquilo que mais odeio na humanidade, como eu sabia o que iria ocorrer nos próximos 50 anos, eu me travesti de um sensitivo ou espírita. Um moleque que podia ter premonições.
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E mandei a primeira carta em 78, mas sem mencionar previsão nenhuma. Apenas uma carta de um fã, para um ídolo que vinha marcando a minha vida desde que comecei a gostar de rock. Quando eu tinha uns 8 anos, eu fui presenteado com um compacto simples dos Beatles com a músicas “Let it Be/You know my name” e desde então vinha comprando (isto é, meus pais compravam) vinis dos Beatles e de John Lennon na carreira solo.
Para quem não sabe, em 1975, John Lennon gravou seu último trabalho fazendo cover de músicas antigas que o inspiraram em sua carreia musical, e se retirou do cenário para viver com a família, e especialmente com o seu segundo filho, acompanhar o seu crescimento, coisa que não tinha tinha feito com o primeiro lá nos anos 60, com a sua primeira esposa.
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Bem, para a minha surpresa, Lennon respondeu a minha primeira carta, ficando impressionado com o meu inglês. Eu não esperava que logo na primeira ele fosse atencioso comigo e assim, o relacionamento foi sendo construído até que eu comecei a alertá-lo para tomar cuidado com os fãs. Isso foi no final de 1979, quando ele já tinha me confidenciado que iria voltar a ativa, e me prometeu que eu receberia o novo álbum “Double Fantasy” assinado por ele em primeira mão.
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Mencionei a ele o nome de Mark Chapman, que nas minhas supostas visões era um ser totalmente desequilibrado e que planejava fazer algo terrível, e pedi para que ele tomasse cuidado ao voltar para seu apartamento e desconfiasse de qualquer pessoa que o tivesse seguindo.
Como a gente tinha construído um relacionamento de confiança, John acreditou em mim e entrou em contato com o departamento de policia da cidade, para averiguar a pessoa em questão.
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Algum tempo depois, John escreveu dizendo que realmente existia essa pessoa e que ela planejava assassinar várias outras celebridades, inclusive ele que estava no topo da lista. Chapman disse aos policiais que ouvia vozes dizendo que Lennon era um traidor pois blasfemava contra Deus dizendo-se maior que Jesus Cristo (Isso aconteceu na época dos Beatles). Em outras vezes, Chapman dizia que se matasse uma celebridade, ele iria ganhar notoriedade e ficar famoso.
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Mais tarde, Chapman foi encontrado morto. Ele tinha se enforcado em sua casa, pois não lhe restava mais nada para viver. Eu havia salvado a vida do meu ídolo!
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Em 1982, ele veio ao Brasil e fez muita questão em me conhecer e fui de graça ao show no Ibirapuera. Fiquei no camarim e recebi dele de presente a sua guitarra, entre outras coisas. A imprensa na época não sabia o porquê da atenção do cantor para um reles brasileiro, pois há tempos tinha pedido para John não mencionar para ninguém essa minha “premonição”, pois não queria ser visto como um santo ou coisa pior. Mesmo assim, eu meio que virei celebridade também.
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Fiz minha carreira na área da informática e fiz parte de toda a revolução tecnológica dos anos 80 e 90. E sempre que ia para os EUA, a trabalho ou lazer, John fazia questão de que me hospedasse na casa dele, Yoko me adorava e tornei-me um grande amigo de seu filho Sean.
Em 1996, toquei guitarra em duas músicas e na segunda passagem no Brasil, por volta de 2000, acompanhei a tour de Lennon e sua banda nos cinco shows. Foi maravilhoso estar ao lado do meu ídolo máximo, e por dentro, satisfeito por ter feito a coisa certa.
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Nessa segunda chance que recebi na vida, vivi satisfatoriamente, cometi erros e acertos, mas foi a vida que eu sempre quis.
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Estou me aproximando da idade em que deixei de viver na outra linha de tempo. Só espero que não haja outro reboot! Cansa ter que fazer tudo de novo!!! Mas se for para salvar a vida de John Lennon, farei quantas vezes forem possíveis!Aparecido José (Crazyseawolf)http://www.blogger.com/profile/02196653885645533482noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3976532246741223597.post-18255297964554676082012-07-22T20:00:00.000-03:002015-12-09T05:51:33.300-02:00As maquinações do Universo ou Qual o problema em se divertir?<b><i><span style="font-size: large;">Enquanto isso, numa dimensão muito, mas muito superior à nossa...</span></i></b>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigf49ui6GttpLprZeEsDAvFRx0xz8RyXFWJyF26QL3Emi7cJgfGXgVLKzPIzwFIlyDbNw0KlqYKn0gX043NlIxp3TPtYXBB91H3rDm1O3AE1Yv6HnNUoP3SSOjmhRiUO8kbwX3RnYDnyA/s1600/star-universe-background.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="160" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigf49ui6GttpLprZeEsDAvFRx0xz8RyXFWJyF26QL3Emi7cJgfGXgVLKzPIzwFIlyDbNw0KlqYKn0gX043NlIxp3TPtYXBB91H3rDm1O3AE1Yv6HnNUoP3SSOjmhRiUO8kbwX3RnYDnyA/s200/star-universe-background.jpg" width="200" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">
O Universo estava entediado. Seu sedentarismo já o estava inflacionando e ele percebeu que deveria fazer alguma coisa, algo para se divertir, e além do mais, ele já estava cansado de seus companheiros e de suas manias.<br />
A Eternidade o pegou divagando em pensamentos...</div>
<a name='more'></a>
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<b>[ETERNIDADE]</b>- Universo, que cara é essa?<br />
<b>[UNIVERSO]</b>- A mesma de sempre, enxerida. Na verdade isso aqui está um tédio. Preciso fazer algo urgentemente.
<b>[ET]</b>- Legal, estou dentro...<br />
<b>[UN]</b>- Você? Logo você que que adora todo esse marasmo? Eu nunca vi você se divertir.<br />
<b>[ET]</b>- Na verdade, essa é a minha natureza, ser eterna. Mas uma agitadinha de vez em quando não faz mal nenhum.<br />
<b>[UN]</b>- Nananinanão! Quero fazer algo sozinho. Que me dê prazer. Desculpe, mas você não é tão divertida assim, Eternidade. <br />
<b>[ET]</b>- Certo. Eu sou sempre colocada de lado mesmo. Chame o Caos e a Ordem. Eles sim, adoram abalar a estrutura...<br />
<b>[UN]</b>- Não. Esses dois parecem gato e rato, um sempre destruindo o que o outro faz. Não quero passar nervoso com eles.<br />
<b>[ET]</b>- Ah, mas eu gosto deles, são como crianças. Mimadas, mas divertidas.
- Você sempre condescendente...<br />
<b>[ET]</b>- Tá... Mas no que você estava pensando?<br />
<b>[UN]</b>- Eu preciso de algo que possa tomar o meu tempo. Algo que eu possa monitorar e intervir à vontade. Algo como já disse, que me divirta e que me faça feliz...<br />
<b>[ET]</b>- E você já não se diverte fazendo estrelas explodirem, galáxias se colidindo, uns big bangs aqui, outros ali...<br />
<b>[UN]</b>- Mas aí é que está. Essas coisas fazem parte das nossas vidas como um todo. Onde eu, você, o Caos e a Ordem nos divertimos em conjunto. Eu quero uma carreira solo. Um projeto só meu...<br />
<b>[ET]</b>- Mas o que poderia ser mais interessante do que brincar com a vida de bilhões e bilhões de seres patéticos espalhados naquela enfadonha terceira dimensão...<br />
<b>[UN]</b>- É isso, cara Eternidade, sem querer, você me deu uma grande idéia!<br />
<b>[ET]</b>- Eu dei?<br />
<b>[UN]</b>- Sim, já sei o que vou fazer!<br />
<b>[ET]</b>- Conta, conta, conta!<br />
<b>[UN]</b>- OK! O negócio é o seguinte: Vou escolher um ser, e brincar com a vida dele. Tudo dará errado para ele, ele será igual aos seus pares, parecerá normal. Mas ele carregará problemas e dificuldades que eu irei impor, é claro! Digamos que irei infernizar a vida dele de tal maneira que ele será achincalhado, hojerizado, desprezado por todos os seus pares.<br />
<b>[ET]</b>- Grande coisa, já não brincamos com determinados seres que são aleijados e com deficiências mentais? Que graça teria ferrar com a vida de um normal? E com tanta desgraça na sua vida, ele com certeza cometerá suicídio...<br />
<b>[UN]</b>- A graça é que eu irei comandar todas as desgraças que acontecerão com ele. Não será algo que já predeterminamos. Eu estarei presente durante toda a vida dele, mexendo os pauzinhos para tornar a vivência dele insuportável e insignificante. Um ser com problemas físicos e mentais é que não teria graça nenhuma. Já nascem fudidos. Quanto ao suicídio, não tem problema. Vou instalar na mente dele um bloqueio. Ele vai pensar em se suicidar, mas haverá algo que vai impedir isso, e o legal é que ele terá consciência disso! Vou me divertir tanto!<br />
<b>[ET]</b>- Bem, de que raça ele seria? Tem o Alluranos, Os Atlans, os Sardakianos, os Górneos, ...<br />
<b>[UN]</b>- Não, não, esses não. A maioria dessas raças possui uma sociedade baseadas em castas e são altamente desenvolvidas. Eu quero uma raça subdesenvolvida, confusa e insignificante...<br />
<b>[ET]</b>- Existe uma assim, naquela galáxia espiral. Se não me engano, eles são chamados de terráqueos. O planeta deles é o terceiro em relação à sua estrela.<br />
<b>[UN]</b>- Hummm, me lembro, é a Terra. Um planeta cheios de seres humanóidese primatas divididos em várias nações e línguas, coisas características de um mundo ainda bárbaro, só pensam em guerra e perdem tempo acreditando que há um ser invisível e superior que comanda a vida deles, se eles viessem a saber a verdade... São uns tolos!
Perfeito!!!<br />
<b>[ET]</b>- Se quiser, eu posso te ajudar a encontrar tal candidato.<br />
<b>[UN]</b>- Não, agradeço mas eu mesmo quero ir até lá e escolher aleatóriamente a minha marionete. Se me permite, é um projeto que quero fazer sozinho... Quero me concentrar nele!...<br />
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E assim, o Universo partiu em direção à Terra, e não precisou demorar muito para encontrar o candidato perfeito para as suas brincadeiras e maquinações. Ele o encontrou numa das inúmeras nações consideradas de terceiro mundo. A vítima perfeita para o seu projeto!<br />
E no momento em que você, leitor, está lendo este texto, o plano do Universo corre perfeitamente bem, com tudo acontecendo dentro do previsto. Quanto à marionete escolhida, bem... Tirem as suas conclusões.<br />
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<span style="color: #000099; font-size: 85%;"><span style="font-style: italic; font-weight: bold;">(by A. J. Rosário - 22/07/2012)<br />
Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.</span></span></div>
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imagem: <a href="http://naturalwallpaper.net/star-universe-wallpaper/">Natural Wallpaper </a>Aparecido José (Crazyseawolf)http://www.blogger.com/profile/02196653885645533482noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3976532246741223597.post-61726919360461260442011-12-09T09:00:00.000-02:002012-07-24T22:36:25.047-03:00Temporalidades traiçoeiras<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh14rcdp1ZFHfbI3CKACvMydNQHsuj0K113ktqsWJvcGU6AXzyb7CkiliisMqRazhkVdDl2tIY0rwbjprCgxaNSWysGp68KDlDQOTLxCQRhhNUa0D3etTPspZcoY2qfW9IZ8QwRxrbQBjc/s1600/010150090707-time_tunnel_big.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="80" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh14rcdp1ZFHfbI3CKACvMydNQHsuj0K113ktqsWJvcGU6AXzyb7CkiliisMqRazhkVdDl2tIY0rwbjprCgxaNSWysGp68KDlDQOTLxCQRhhNUa0D3etTPspZcoY2qfW9IZ8QwRxrbQBjc/s200/010150090707-time_tunnel_big.jpg" width="68" /></a></div>
Quando aceitei este emprego, disseram-me que eu deveria ter a responsabilidade que eu nunca tive em toda a minha vida. Este emprego seria uma como uma compensação por tudo que tinha acontecido comigo no decorrer de todos os anos. Eles tinham reconhecido o erro cometido e tentaram recompensar...<br />
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<div style="text-align: justify;">
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Meu parceiro Greg, sempre do meu lado, mostrando ser leal e confidente, mas na verdade, eu sabia que ele tinha sido designado para me vigiar. Bem, eu nunca tinha sido confiável em toda a minha vida, será que eles pensavam que eu poderia ser diferente agora? Claro que não. E a função do Greg era exatamente essa, me manter nos eixos e reportar qualquer deslize meu aos seus superiores.
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Desde que aceitei esse emprego, eu tinha algo na mente. Algo que era proibido. As coisas não podiam ser mudadas. O que aconteceu, aconteceu e tínhamos que manter as coisas do jeito que estavam... Mas havia algo que eu queria mudar...
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O ano era 1980, e eu estava na vigília de um cara, um tanto quanto perturbado, mas que estava destinado a fazer algo que iria aterrorizar o mundo. E eu precisava realmente saber o motivo daquilo. Naquele dia eu o havia observado andando para lá e para cá, parecia atormentado por alguma coisa. Num dado momento, ele estava próximo de uma pessoa, junto ‘a multidão Percebi o êxtase em seus olhos, ele estava do lado de uma das maiores influências do século 20 e naquele dia, um dia especial, pois todos estavam felizes em ver que ele tinha voltado de um auto-exílio, cinco anos precisamente dito. Ele voltaria a influenciar o mundo como sempre fez.
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Na noite daquele dia, o cara que eu estava vigiando, estava em um bar, sozinho, tomando um café, e mesmo sendo proibido, eu me sentei ao lado dele...<br />
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- Você não parece legal, cara. – disse eu.<br />
- Qu-quem é você? – perguntou ele assustado.<br />
- Apenas um amigo. O seu dia hoje pareceu agitado...
- É que eu terei que fazer algo. É contra a minha vontade, mas terei que fazê-lo.<br />
- Mas se é contra a sua vontade, porque vai fazer? O que te motiva a isso?
- Eles me mandaram fazer, entende? Todas as noites eles falam comigo, mesmo dormindo. Eles falam que ele traiu a todos nós, que ele é uma mentira...<br />
- Mas, eles quem?<br />
- Eles são reais, nem você e ninguém me entendem...<br />
- Não, quem não entende é você. Você é um cara inteligente e sabe o que é certo e errado. Você não precisa fazer algo porque te mandaram fazer. Você não pode permitir que outros te digam o que fazer.
- Mas ele traiu a todos nós, mesmo não querendo, eu tenho que fazer...<br />
- Quem foi que te deu autoridade de cometer um assassinato? E além do mais, se for matar alguém por causa de uma suposta traição, então toda a raça humana deveria ser exterminada. Todos traem, de uma forma ou de outra. Eu já traí alguém, vai me matar por isso? Até mesmo você, parece que traições da sua parte, são constantes, quem sabe você mesmo deveria morrer? Quem sabe eu não te mate agora ou mesmo você cometa um suicídio? Pense nisso. A raça humana é nojenta, mesquinha não confiável, e você faz parte dela.
Depois de falar isso, saí do bar e deixei o cara lá sozinho, perdido em seus pensamentos...<br />
E na esquina do bar, lá estava Greg, reprovando a minha atitude.<br />
<br />
- Você nunca deveria ter feito isso, vai contra todas as regras, eu terei que te reportar.
Você pode ter causado um dano imenso e isso terá que ser consertado.<br />
- Sim, talvez eu possa ter causado esse dano, mas fiz com consciência. Sempre imaginei um momento como esse. Quem sabe o que poderia ter acontecido se naquela fatídica noite ele não tivesse sido assassinado? Hoje eu tenho a chance de reverter isso, e ninguém e nem mesmo você vai me impedir.<br />
- Eu não sabia o quanto você era perturbado... E depois, qual será o próximo? Hitler, Osama...?<br />
- Eu não sou idiota, Greg. Alterar um evento grandioso pode causar umas perturbação temporal de extrema amplitude e até mesmo destruir toda a realidade. Eu já fiz os cálculos, entre 10% e 15% de danos. A realidade se ajustará. É um preço pequeno a ser pago...<br />
- Sinto muito, vou ter que...
Não o deixei acabar a frase. Um golpe rápido, suficiente para que ele perdesse os sentidos. Ele não iria me impedir...<br />
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No dia seguinte, exatamente às 8 da noite, ele e a esposa estavam vindos do estúdio de gravação, o cara iria chegar perto, pedir um autógrafo e em seguida, iria desferir vários tiros, assassinando a figura mais relevante do século. Mas eu estava lá para impedir isso...
<br />
Mas nem precisei. O cara não apareceu, e nada aconteceu naquela esquina de New York.
<br />
<br />
Ao voltar à base, Greg estava livre, com um ar e superioridade e falou:<br />
- Você conseguiu, John não foi assassinado. Mark David foi encontrado morto em seu apartamento. Parece que ele se suicidou ou foi levado a isso. Imagino quem teria sido o responsável...<br />
- Eu fiz o que deveria ter sido feito. Não induzi ninguém a se matar. Não tenho culpa se o cara era perturbado. Apenas tentei fazê-lo voltar à razão.
- Sim, ao mostrar a ele que todos os seres humanos não prestam, ele tirou a própria vida, pois não poderia conviver com isso durante o resta da sua vida. Você foi esperto. E agora, está feliz?<br />
- Sim, mas algo está estranho. Eu ainda me lembro da morte de John.<br />
- Tenho a impressão de que o tempo não se realinhou...<br />
- Tem alguma coisa errada. Veja! John seguiu a sua carreira e até voltou a tocar com os outros Beatles. Eles foram até três vezes ao Brasil. Mesmo após a morte de Harrison, eles continuaram como um trio, sempre com um guitarrista convidado. PORQUE EU NÃO ME LEMBRO DISTO?<br />
- Parece que o feitiço...<br />
- Cale a boca! Já sei o que deve ter acontecido. Eu criei uma nova linha temporal. A minha linha ainda existe e eu pertenço a ela. O meu outro eu da nova linha é que vivenciou essas outras experiências...<br />
- E agora? Duas linhas temporais. É para isso que nós existimos. Para impedir criações de novas linhas temporais, sabia disso?<br />
- Podemos consertar. É só criar um evento que possa unir as duas linhas em uma só. Assim as memórias do outro eu iriam se incorporar às minhas.<br />
- Você pretende criar um curto circuito temporal. Você é louco.<br />
- Não, não sou. Uma das maneiras de fazer isso é causar uma tremenda explosão de energia que possa forçar a união das linhas temporais e um evento capaz de fazer isso é a queda de um meteoro simultaneamente nas duas Terras. As ondas vibracionais do choque entrarão em ressonância com as ondas temporais causando a quebra da barreira dimensional forçando o tempo a seguir numa única linha. Só temos que minimizar as perdas, fazendo com que o meteoro caia numa área desabitada. Os desastres naturais que venham a ocorrer poderão ser contidos com o campo nulificador.<br />
- Não, você deve ser impedido. Ainda não te denunciei pela amizade que temos...<br />
- Amizade? Que porra é essa de amizade? Eu sei muito bem qual a sua função. Nunca fomos amigos, no máximo colegas de trabalho.
- Eu sabia que nunca poderia confiar em você. Você é uma desgraça, uma anomalia que deve ser...<br />
<br />
E de novo não deixei que Greg terminasse a frase, só que desta vez eu o enviei para uma outra dimensão. Depois eu o traria de volta e arcaria com as conseqüências de meus atos. Agora era eu sozinho com o plano maluco. Tinha que dar certo... Ou não. Os cálculos não eram animadores, cerca de 40% de tudo dar errado...
<br />
<hr width="50%" />
Tudo aconteceu do jeito que tinha que acontecer. A queda do meteoro gerou uma tremenda explosão cujas energias romperam as barreiras do espaço-tempo e das dimensões. As duas linhas temporais se tornaram uma só. Os danos ambientais foram mínimos. Minhas ações me levaram a uma prisão eterna...
<br />
<br />
Hoje me encontro aprisionado num lugar que parece o nada sem fim. Estou flutuando no vazio de um espaço sem sequer me lembrar do por que. E parece haver um vazio enorme em minha mente.<br />
Parece que algo foi tirado de mim ou que nunca existiu...
<br />
<div style="text-align: right;">
<span style="color: #000099; font-size: 85%;"><span style="font-style: italic; font-weight: bold;">(by A. J. Rosário - 09/12/2011)<br />
Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.</span></span></div>
<br />
Fonte da imagem: <a href="http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=viagem-tempo-derrota-mecanica-quantica&id=010150090707">Inovação Tecnológica</a>
<a href="http://www.bloglovin.com/blog/3895148/?claim=urvvd46zged">Follow my blog with Bloglovin</a>Aparecido José (Crazyseawolf)http://www.blogger.com/profile/02196653885645533482noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3976532246741223597.post-40457124072189806472011-05-08T11:00:00.004-03:002012-07-24T22:36:50.202-03:00Mais uma carta para minha mãe!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHVpDfedPsMBx3N7eBZgmRWCHwYcYx-I2AIbxcx07toIR-Nx_sz8DucUxKEE1pvSsb4K0Ik1fSWcsdTfTgzRD9BClYBm6h1xUhaFafKXalApgdtq1dtjvBA7TMytCGsWATgNJcdQ77cCc/s1600/Digitalizar0012a.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="100" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHVpDfedPsMBx3N7eBZgmRWCHwYcYx-I2AIbxcx07toIR-Nx_sz8DucUxKEE1pvSsb4K0Ik1fSWcsdTfTgzRD9BClYBm6h1xUhaFafKXalApgdtq1dtjvBA7TMytCGsWATgNJcdQ77cCc/s200/Digitalizar0012a.jpg" width="85" /></a></div>
Olá, mãe. Sou eu de novo. Aqui estou, mal-humorado, depressivo como sempre, num domingo onde eu deveria estar feliz pelas minhas lembranças que tenho de ti. Mas infelizmente, o que realmente tenho é muita raiva e decepção.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<a name='more'></a><br /><br />
Você me deixou muito cedo, sendo que eu te abandonei antes. Eu era apenas um adolescente sem rumo, e não entendia o que estava acontecendo... Peço perdão pelas minhas atitudes. Eu só queria apenas dizer que sinto muito a tua falta. <br />
Sinto que a minha vida é uma desgraça e tormento sem fim. Precisava de ter você ao meu lado, para me manter na linha, ser a minha bússola e me guiar nessa vida onde eu só fiz burrada.<br />
<br />
Eu sei que tudo que você fez foi para me proteger, como nunca ter dito quem era o meu verdadeiro pai, eu só queria saber quem era ele e porque você nunca disse o que ele tinha feito de errado. As pessoas falam dele como se eu o conhecesse, mas juro que se eu realmente o conhecesse, eu o matava, por tanta dor e sofrimento que você passou, além do que isso foi conseqüentemente transferido para mim. <br />
<br />
Mas isso não importa mais, o que realmente importa é que eu nunca te esqueci, e não preciso de um dia como esse para me confortar ou me estressar, pois isso já acontece todos os dias, e creio que você deve estar dando risadas de mim nesse momento. Já até brinquei que <a href="http://crazyseawolf.blogspot.com/2011/04/filhos-que-nome-dar.html">a senhora me trollou no ato de meu nascimento</a>. <br />
<br />
Estou passando por problemas no momento, que eu nem preciso mencionar, a senhora deve estar vendo, e creio que por não poder me ajudar, deve sofrer junto comigo. As pessoas em que eu acreditava me abandonaram, como sempre na vida, e me querem ver morto ou destruído. Eu enxergo uma ponta de satisfação deles em relação ao que está acontecendo no momento. Estou num ponto crucial da vida onde tanto faz viver ou morrer. A última opção é mais viável.<br />
<br />
Queria tanto saber de você. Queria tanto uma resposta. Eu realmente não sei mais o que fazer. Eu não vejo uma sequer luz no fim do túnel. Estou vivendo um dia após o outro sem se importar com o futuro, pois sei que ele será sombrio.<br />
<br />
Só espero que você, e vou repetir de novo, me perdoe. Eu nunca quis te magoar. Estou pagando até hoje pelas minhas atitudes inconseqüentes. <br />
<br />
Sim, eu sei que mereço tudo isso...<br />
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<div style="text-align: right;">
<a href="http://crazyseawolf.blogspot.com/2008/05/carta-para-mame.html">Primeira carta que escrevi para minha mãe.</a></div>
<div style="text-align: right;">
<a href="http://crazyseawolf.blogspot.com/2010/05/mais-uma-carta-para-minha-mae.html">Segunda carta que escrevi para minha mãe.</a></div>Aparecido José (Crazyseawolf)http://www.blogger.com/profile/02196653885645533482noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3976532246741223597.post-70870954807469184202010-12-12T19:12:00.001-02:002012-07-24T22:35:40.418-03:00Um papo muito estranhoEncontrei a Sandra quase que por acaso. Eu tinha ido ao banco para pagar algumas contas, e na saída do mesmo comecei a observar algumas calças em promoção das lojas. E eu como sempre desastrado caminhando pela rua, acabei trombando nela.<br />
<br />
<a name='more'></a><br /><br />
Uau, ela continuava exuberante mesmo após quase 15 anos, da última vez que a vi. Vou confessar, ela foi minha aluna e sempre tive uma quedinha por ela. Eu me segurava, já que relação professor-aluna sempre termina de uma maneira bem ruim, e guardei o meu desejo, até aquele momento. <br />
<br />
Convidei-a para tomar algo numa lanchonete e ela aceitou. Ela me contou que tinha feito administração de empresas, e que estava trabalhando numa multinacional, a mesma que ela entrou na época do estágio. Se financeiramente ela estava, que indo muito bem, emocionalmente percebi que ela estava um caco. Seus relacionamentos sempre deram por água abaixo porque os homens da vida dela nunca suportaram o fato dela ser independente. E assim ela continuava sozinha.<br />
<br />
Percebi que essa era a minha deixa. Eu iria catar aquela que um dia foi uma adolescente que arrasava na escola, que preenchia os meus sonhos mais promíscuos . Aquela que todos queriam possuir. E já fui atacando:<br />
- Que tal se a gente pudesse sair qualquer fim de semana desses? Você sabe que eu te desejava, não é mesmo?<br />
- É, percebia isso direto... Parecia que você queria me comer com os olhos... - Disse ela.<br />
E eu continuava:<br />
- Infelizmente eu era o seu professor, mas agora creio que não há nada que impeça de algo acontecer, certo?<br />
Ela deu uma hesitada que parecia estranha e disse:<br />
- Cara, eu sairia com você agora, à qualquer momento, mas...<br />
Ela parou e eu impaciente:<br />
- Mas mas o que? O que te impede disso?<br />
E ela:<br />
- Você não vai me levar a mal, mas não dá...<br />
- Mas, não dá porque? Não sou o seu tipo, sou feio, gordo... Qual o problema?<br />
E ela então veio com a bomba:<br />
- É que você é professor...<br />
E eu indignado:<br />
- E qual o problema de eu ser professor? Não sou um bicho do outro mundo, sou um ser humano como qualquer outro que há por aqui. Não estou entendendo...<br />
- Veja, como eu disse eu sairia com você a hora que quisesse, adoraria fazer loucuras entre quatro paredes contigo, mas... você é professor... Entende?<br />
- Pera ai, não estou entendendo nada, você está tirando sarro da minha cara? - Retruquei porque a coisa estava muito estranha. - O que a minha profissão tem a ver com o fato de nós nos relacionarmos?<br />
Sem dar uma resposta concreta, ela pegou a sua bolsa, se levantou e saiu da lanchonente enquanto eu falava. Assim que ela desapareceu da minha visão, fiquei ali sentado, com a boca aberta e os olhos cerrados de tanta indignação.<br />
Porra, que fato tinha eu de ser um professor? Realmente fiquei sem entender nada. Será que sou mesmo um ser de outro mundo?<br />
<div style="text-align: right;">
<span style="color: #000099; font-size: 85%;"><span style="font-style: italic; font-weight: bold;">(by A. J. Rosário - 12/12/2010)<br />
Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.</span></span></div>Aparecido José (Crazyseawolf)http://www.blogger.com/profile/02196653885645533482noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3976532246741223597.post-7973469947247417262010-08-08T11:49:00.000-03:002012-07-24T22:37:22.571-03:00Uma carta para o meu pai<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMYVXTCuEC3DbUWksZPWXKg5hDn3SzrCeFRIMCDb41U6wAqdCapT1qNgZ04e7OAvRpMTtd0ETXA2hCAWV-xnOkBgZqLjamXv7JVgSJ1E8IAJOsM7OtWhzNzIAchI79mUBtl_eW9tScIiB0/s1600-h/pai.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5231479618621458050" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMYVXTCuEC3DbUWksZPWXKg5hDn3SzrCeFRIMCDb41U6wAqdCapT1qNgZ04e7OAvRpMTtd0ETXA2hCAWV-xnOkBgZqLjamXv7JVgSJ1E8IAJOsM7OtWhzNzIAchI79mUBtl_eW9tScIiB0/s200/pai.jpg" style="cursor: pointer; float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px;" /></a>Bom dia, meu pai, que nunca conheci, que nunca vi e nem sei se você ainda existe. Falam muito de você, que tenho seu jeito, seu nariz, mas nunca recebi uma só mensagem de ti, pelo menos para dizer “Como vai meu filho?”, poderia até ser indiretamente, por outra pessoa, mas que desse o ar da graça. Que mostrasse interesse.<br />
<br />
Você pode imaginar como é uma criança estar ao lado de seus coleguinhas, vendo seus pais os segurando, abraçando, dando aquele tipo de carinho a qual nunca tive? De acompanhar seus primeiros passos, sua primeira palavra dita, da queda inevitável de uma bicicleta, da formação da sua personalidade, da primeira briga, da primeira namorada...Pois é... Você nunca participou desses momentos, você nunca esteve lá quando eu mais precisava! Você simplesmente se foi... E eu sempre estava te esperando!<br />
<br />
<a name='more'></a><br /><br />
Que inveja do Roberto, do Marcelo, do Lourival, do Zé Luís, do Emerson, do Toninho, e tantos outros amigos de infância, que me seguiram até a adolescência. Sim, eu os invejava porque eles tinham pais. Pais enérgicos, atuantes, trabalhadores que sempre estavam presentes na tristeza e na alegria, na dor e na fome. Eles tinham seus pais... E quem eu tinha?<br />
<br />
Se eu tenho dificuldades em relacionamentos, se sou insociável, se tenho uma natureza destrutiva ou se tenho essa minha eterna depressão que de algum modo, são decorrentes de sua falta, isso eu não posso dizer nem afirmar, mas aqui dentro, bem dentro do meu peito, sinto algo que me aperta, que me angustia, que me revolta. Meu coração é seco.<br />
<br />
Nunca quis seu dinheiro (se é que você tinha ou tem, mas dizem por aí que você é um homem de posses...), nem atrapalhar a sua vida (acredito que você tenha outra família), apenas queria poder dizer ao mundo orgulhosamente que eu também tenho um pai.<br />
<br />
Eu nunca tive um pai. Eu não sei o que é ter um pai. Nunca conheci o amor de um pai. E talvez por tudo isso, eu não queira ser pai.<br />
<div style="text-align: right;">
<span style="color: #000099; font-size: 85%;"><span style="font-style: italic; font-weight: bold;">(by A. J. Rosário - 10/08/2008)<br />
Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.</span></span></div>
<b>Crônica publicada no CrazySeawolf's Blog </b>Aparecido José (Crazyseawolf)http://www.blogger.com/profile/02196653885645533482noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3976532246741223597.post-60484668889417969222010-07-13T17:00:00.002-03:002012-07-24T22:37:59.387-03:00A Escuridão<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1TyRIHx_xIRrNBzAKEIB6jWEh8H-X2DsrdnS7n6EXR_58rwpwqdFyqd6IHn-h7ip-8nyUWsYUaaJUevx_fxX3N-2pbGTab5x043Tdo2Bn8lZctk08de0-YiDWAaINf-N36sy8K-FLsas/s1600/escuridao.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1TyRIHx_xIRrNBzAKEIB6jWEh8H-X2DsrdnS7n6EXR_58rwpwqdFyqd6IHn-h7ip-8nyUWsYUaaJUevx_fxX3N-2pbGTab5x043Tdo2Bn8lZctk08de0-YiDWAaINf-N36sy8K-FLsas/s200/escuridao.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fonte: <a href="http://blogdofavre.ig.com.br/tag/iluminacao/">Blog do Favre</a></td></tr>
</tbody></table>
A escuridão me envolve por completo, como se eu tivesse sendo engolido por um buraco negro de dimensões grotescas. Como cheguei até aqui, eu não sei. Não conseguia compreender o que estava acontecendo. Só sei que a razão me foge totalmente, enquanto o medo começa a me dominar por completo.<br />
<br />
De repente, bem ao fundo, um ponto brilhante, uma fagulha, que simplesmente aflora como se fosse uma saída, um escape, o prenúncio da minha libertação.<br />
<br />
<br />
<a name='more'></a><br /><br />
Quanto mais vou me aproximando, aquele ponto vai tomando uma certa forma, consigo perceber a silhueta de uma pessoa , uma figura feminina que abre os braços e que me agarra tão fortemente e eu quase sem forças, vou me sucumbindo a ela. Posso sentir seus braços me envolvendo e todo o meu corpo sendo levado numa dança sensual que faz estremecer. Não consigo dizer nada, não consigo fazer nada, sinto-me totalmente dominado por ela.<br />
<br />
Ela me devorava com uma volúpia que eu nunca antes havia presenciado numa mulher e eu ali passivo, só podia sentir aquela sensação que entorpecia todo o meu corpo. Naquele momento ela usava e abusava de mim de tal maneira que eu, simplesmente, me deixei levar pelo calor do momento.<br />
<br />
O tempo havia perdido o seu sentido. A escuridão ali continuava, e apenas o seu brilho forte, que ofuscava os meus olhos, era a única coisa que ali existia. E lá estava eu, prostrado a seus pés, sendo manipulado de todas as maneiras possíveis, obedecendo aos seus comandos mais vis.<br />
<br />
Eu era simplesmente o seu objeto de prazer. Um escravo de seus desejos mais sombrios. Minha intimidade toda revelada sem que eu pudesse pelo menos também desfrutar de seu corpo, pois de alguma maneira, eu me sentia paralisado ante a sua presença forte, ante a sua beleza infinita, ante ao seu toque enebriante.<br />
<br />
E naquele clímax, naquele momento mais forte e febril, ela simplesmente desapareceu me deixando ali, sozinho, sem forças, flutuando naquela imensa escuridão que parecia não ter fim, e de repente, da mesma maneira que ali eu tinha chegado, voltei para a minha cama, exausto, ofegante, suado e assustado. O coração batia forte, pernas e braços doloridos.<br />
A pura realidade tão nua e crua!<br />
<div style="text-align: right;">
<span style="color: #000099; font-size: 85%;"><span style="font-style: italic; font-weight: bold;">(by A. J. Rosário - 19/12/2008)<br />
Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.</span></span></div>
<b>Crônica publicada no CrazySeawolf's Blog </b>Aparecido José (Crazyseawolf)http://www.blogger.com/profile/02196653885645533482noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3976532246741223597.post-67362747842618795742010-05-22T22:00:00.010-03:002010-07-13T17:12:54.141-03:00Dona Zizu<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijcdDewZfJkQrojHBNa_hY4o_xBPl51QSUCl8Sy_bTxsVcHNxdkZaaKcc2B5Fvb6npXGgwzJDEfYQlUQbPFiiCoBq2Scjy-d0pxmMR2Lhpw2dMI7-O1E4CmBNIKhZ5q_tUmzKjyRQuCeU/s1600/vovo_ninja.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijcdDewZfJkQrojHBNa_hY4o_xBPl51QSUCl8Sy_bTxsVcHNxdkZaaKcc2B5Fvb6npXGgwzJDEfYQlUQbPFiiCoBq2Scjy-d0pxmMR2Lhpw2dMI7-O1E4CmBNIKhZ5q_tUmzKjyRQuCeU/s200/vovo_ninja.jpg" width="114" /></a></div>Ahhhhh... Quem não se lembra da dona Zizu? Aquela senhora que morava no nº 45, da rua Amadeu Fontoura, que adorava fazer doces e quitutes aos montes, e depois distribuía entre as crianças da rua? Era uma festa, aos fins de semana a casa dessa velha senhora era lotada de crianças, não só da rua, mas também das outras bem próximas. <br />
<br />
Aliás, Dona Zizu era muito querida pelos moradores, era como se fosse a mãe mais velha de todos, seus conselhos eram sempre levados a sério e para qualquer decisão tomada, Dona Zizu era sempre a primeira a ser ouvida. Se aquela rua fosse um reino, Dona Zizu certamente seria a rainha.<br />
<br />
<a name='more'></a><br />
Zizu era apenas um apelido cuja origem tinha se perdido no tempo. Seu nome verdadeiro ninguém sabia, de onde ela nasceu ou veio eram verdadeiras incógnitas, mas quem se importava? Era uma senhora tão doce, de uma religiosidade tão extrema que caia nas graças de todos que a conheciam pela primeira vez.Sempre com a resposta na ponta da língua, essa mulher idosa esbanjava em sabedoria e discernimento.<br />
<br />
Dona Zizu morava só numa casa bem antiga, deixada como herança de seu marido, que pouco se sabe quem era. Aliás, nunca ninguém tinha conhecido o falecido naquela rua. Só o que se sabia era que ele tinha dado muito duro na vida, para construir aquela casa. Nunca tiveram filhos. Na verdade, Dona Zizu considerava todos os moradores daquela rua como seus filhos, e a recíproca era verdadeira.<br />
<br />
Como era uma pessoa muito religiosa, e possuía uma casa bem grande, Dona Zizu cedeu parte de seu terreno para a construção de uma igreja evangélica, a Fortuna Divina de Deus, que era muito freqüentada por pessoas que não moravam na rua. Certos cultos adentravam a madrugada mas ninguém reclamava, porque não havia gritos histéricos e cantoria, eles sempre oravam em silêncio. Apenas um leve barulho de alguma máquina ou motor se fazia ouvir, mas que em nada que incomodasse os vizinhos.<br />
<br />
Ás vezes, Dona Zizu viajava e ficava uma ou duas semanas fora, e quando voltava, era só alegria. Ela trazia muitos presentes para as crianças, além de lembranças para a maioria dos moradores.<br />
<br />
E assim a vida permanecia calma naquela rua...<br />
<br />
Mas naquela manhã de terça feira, a rua estava muito movimentada com muitos carros de polícia, muita gente da rádio, TV e jornal. Tinha acontecido algo que deixou muita gente horrorizada e apreensiva por causa daquela noticia espantosa que insistia em percorrer todos os meios de comunicação:<br />
<blockquote>”Nessa manhã de terça, foi finalmente presa uma criminosa há muito procurada pela polícia federal. Ela era a líder de uma quadrilha assaltante de bancos e de falsificadores que agia em todo o território nacional.<br />
<br />
Armelinda da Cruz Inocêncio tinha 63 anos e foi presa em sua própria residência num bairro da zona norte de Crisolândia. Quando a polícia entrou na casa, a velha senhora estava conferindo várias sacolas cheias de notas de 50 reais, provavelmente oriunda de algum roubo ou de falsificação, já que também foram encontradas equipamentos usados para falsificar dinheiro na própria Igreja..."</blockquote><br />
É... As aparências realmente enganam...<br />
<br />
<div style="text-align: right;"><span style="color: #000099; font-size: 85%;"><span style="font-style: italic; font-weight: bold;">(by A. J. Rosário - 10/03/2008)<br />
Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.</span></span></div><b>Crônica publicada no CrazySeawolf's Blog </b>Aparecido José (Crazyseawolf)http://www.blogger.com/profile/02196653885645533482noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3976532246741223597.post-38800762462704972502010-05-02T22:30:00.000-03:002010-05-02T22:30:45.299-03:00Andréia, um sonho e um pesadelo!<div style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcNywWHKqbiVNCGLpNROiK2A5AJ0BzQ9HWVDq0H3mPZh3L-7kO2o0WaWgtdZWMzTX8WsHfG0cv6p6Rtf9yRJe9MTughQvhmaYpAQuxv330fNVDJCFz5bzUoTADiUfZV6kSbC1czDVZ6mOE/s1600-h/1imgblog.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5199142771683194882" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcNywWHKqbiVNCGLpNROiK2A5AJ0BzQ9HWVDq0H3mPZh3L-7kO2o0WaWgtdZWMzTX8WsHfG0cv6p6Rtf9yRJe9MTughQvhmaYpAQuxv330fNVDJCFz5bzUoTADiUfZV6kSbC1czDVZ6mOE/s200/1imgblog.JPG" style="cursor: pointer; float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px;" /></a><span style="font-weight: bold;">Andréia</span> era uma garota muito linda, olhos verdes, cabelos castanhos, um corpo escultural, o sonho de consumo de qualquer homem. Com a beleza que tinha, conseguia tudo que queria, e ela sabia como provocar. Filha de pais de classe média, Andréia era uma menina mimada, mas no fundo tinha uma tristeza que você só perceberia se fosse intimo dela, não no sentido sexual da coisa, mas no da amizade.</div><a name='more'></a><br />
<div style="text-align: justify;">Eu, um cara como qualquer um, tinha em mente uma coisa: não era o seu tipo e sabia que nunca teria nada mais além do que uma amizade. Em sendo assim, procurei cultivar os momentos que tinha ao lado dela, seja ajudando num trabalho escolar, ou apoiando-a em qualquer decisão tomada por ela.<br />
<br />
Seu gosto por homens era um pouco duvidoso, sempre arranjava alguns espíritos de porcos para namorar e nunca dava certo. Os caras que ela namorava tentavam prendê-la de tal maneira que não percebiam que essa menina nasceu para voar, ser livre e fazer o que der na telha. Seus relacionamentos eram curtos, e ao fim de cada um deles, lá estava o meu ombro amigo para consolá-la. Já estava conformado com isso. Isso era o máximo que eu chegaria ao lado dela.<br />
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A coisa começou a mudar quando num determinado dia, eu estava voltando da faculdade e presenciei uma discussão entre duas pessoas no outro lado da rua. A briga começou dentro do escort vermelho que de lá saiam duas pessoas. Imediatamente percebi quem era uma delas. Andréia estava discutindo com um cara, e o indivíduo, bem mais alto que eu, começou a segurá-la fortemente pelo braço, apontando em riste o dedo indicador na direção de seu rosto. De repente o barulho de um tapa ecoou fortemente e eu não me contive. Covarde é o cara que bate numa mulher, não importa qual o motivo. Parti para cima do cara e a porrada comeu solta. A única coisa que lembro daquela noite era eu com a cabeça no colo da Andréia, que estava sentada ao lado de um muro na calçada, e ela me acariciava de tal maneira que parecia que eu estava no paraíso. Desse dia em diante, Andréia começou a me olhar diferente. E aconteceu aquilo que eu mais queria no mundo. Nosso primeiro beijo aconteceu debaixo da varanda da casa dela. Como um conto de fadas, eu tinha sido o cavaleiro que havia salvado a mocinha do cara malvado. E que no final das contas, o herói tinha ganho o dia.<br />
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Nos dias que se seguiram, eu era o assunto do momento. Eu tinha conseguido algo que muitos sonhavam e passei a ser o cara, propriamente dito. E eu então? Estava vivendo nas nuvens. Passei a me sentir como o Super-homem, ao lado de seu grande amor, Lois Lane!<br />
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Mas infelizmente esqueci com quem eu estava saindo. Apesar dos incríveis momentos juntos, sabia que a Andréia era uma pessoa muito independente. Eu mais do que ninguém, sabia que nosso relacionamento não seria muito longo, e já estava me preparando para isso. <br />
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Era um sábado a noite, tínhamos planejado sair para ir ao cinema, depois dançar, e quem sabe o que mais. Ao chegar na sua casa percebi que ela estava muito estranha, ela tinha me dito que estava com dor de cabeça e que queria ficar em casa sozinha. Tudo bem, eu pensei, perguntei se ela queria que eu ficasse com ela e ela me disse que era para eu me divertir e sair com os meus colegas. Até aí, compreendi, as vezes precisamos ficar só, e ela me deu um sorriso e um beijo e nos despedimos.<br />
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Saí então com mais quatro colegas e fomos para um barzinho. Enquanto a cerveja rolava, ao fundo um som maneiro, rock da melhor qualidade, <span style="font-weight: bold;">Deep Purple</span>, <span style="font-weight: bold;">Led Zeppelin</span>, <span style="font-weight: bold;">Iron Maiden</span> entre outros; muitas piadas e muita descontração, uma balada típica de sábado a noite.<br />
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Estávamos no parapeito do 1º andar do barzinho, e da nossa mesa tínhamos a visão da rua, especialmente eu, que podia ver o que estava rolando em todas as direções. De repente, um escort vermelho pára e pude ver aquele cara com quem tinha brigado, saindo dele e junto uma garota que de inicio, não pude ver quem era, mas depois, enxergando melhor o vestido vermelho que ela usava, percebi quem era. Aquele vestido eu tinha dado a ela na ocasião de seu aniversário, e que combinava perfeitamente com aquele corpo de deusa. Uma lágrima teimosamente tentou escorrer pela minha face, mas que prontamente impedi. <br />
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Eu me virei na direção de meus colegas, chamei o barman e pedi mais cerveja, fritas, e assim a noite rolou adentro, pois como já dizia um certo apresentador de TV, a noite era apenas uma criança... E ela só estava começando! <br />
<div style="text-align: right;"><span style="color: #000099; font-size: 85%;"><span style="font-style: italic; font-weight: bold;">(by A. J. Rosário - 07/05/2008)<br />
Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.</span></span></div><b>Crônica publicada no CrazySeawolf's Blog </b><br />
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</div>Aparecido José (Crazyseawolf)http://www.blogger.com/profile/02196653885645533482noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3976532246741223597.post-77678708592242687732010-04-21T20:53:00.001-03:002010-04-21T20:55:39.212-03:00Os livros impróprios, Dr. Amadeu e o bode expiatório<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhscnSSxin9joh8cHMIqnnE70cUUI09ab_GCDY7wkQTO6pNJxiIp_q7wkH2cNMzV4OSrexXnl9bcC5_uzSMx_4-w2UcumOYpnPTqt9Qs2BC52Fnvo-YAWEpW5RUYriFFXXdeVVaUYywGHhh/s1600-h/funcionario_publico.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5359584865770510290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhscnSSxin9joh8cHMIqnnE70cUUI09ab_GCDY7wkQTO6pNJxiIp_q7wkH2cNMzV4OSrexXnl9bcC5_uzSMx_4-w2UcumOYpnPTqt9Qs2BC52Fnvo-YAWEpW5RUYriFFXXdeVVaUYywGHhh/s400/funcionario_publico.jpg" style="display: block; height: 154px; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; text-align: center; width: 160px;" /></a>Paulo, um funcionário público concursado, orgulhava-se de seu trabalho na secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Tinha seu próprio escritório. Nunca chegava atrasado, era o primeiro a entrar e o último a sair. Às vezes excedia seu tempo de trabalho não para receber horas extras, já que o Estado não paga, mas porque amava o que fazia e o fazia com muito prazer.<br />
<a name='more'></a><br />
Vindo de uma família humilde, Paulo conseguiu vencer na vida e se tornou o único dentre todos da família que possuía um diploma de curso superior. Todos se orgulhavam dele.<br />
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Meticuloso, sistemático, Paulo conferia tudo que chegava em suas mãos. Adepto do fazer a coisa certa, Paulo chegava até a irritar seus colegas de trabalho com tanto cuidado com que ele fazia as coisas. Ele era o exemplo, tanto é que por causa de sua eficiência, ele tinha sido convidado para um cargo de confiança de um novo secretário da pasta. E Paulo assim ficava feliz.<br />
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A grana do orçamento para a área da educação tinha sido finalmente aprovada e assim um projeto para a área seria aprovado, e Paulo iria encabeçar todo o trabalho, conforme assim prometera o seu superior.<br />
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A grana estava destinada a compra de livros para as crianças do fundamental para um certo programa de leitura, e Paulo começou a formar a sua equipe, que iria revisar os livros que seriam comprados das editoras.<br />
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Mas como sempre, qualquer coisa no Estado é para ontem, e Paulo deve indeferida a criação da equipe. O seu superior dizia que não dava tempo e que tinha uma lista de livros e revistas, que deveria ser liberada o mais rápido possível.<br />
- Mas Dr. Amadeu, o senhor está me dizendo que iremos comprar das editoras sem uma necessária leitura dos livros, ou seja, vamos apenas marcar os livros que compraremos, mas com qual critério?<br />
- Paulo, não seja tão chato. Veja bem, aqui está uma lista de livros que a <span style="font-weight: bold;">Editora Merdoni</span> nos enviou. Eles me garantiram que são livros adequados para a escola. Portanto vamos usar o bom senso, por exemplo, olha só esse livro aqui, ele se chama "<span style="font-weight: bold;">Poesia da Noite - Poetas de ontem para Leitores do Amanhã</span>", pelo que vê, se trata de um livro com poesias do cotidiano, perfeito para os nossos aluninhos, que precisam aprimorar a leitura e ao mesmo tempo aprender a gostar de poesia...<br />
Nesse ínterim, Paulo interrompe e diz:<br />
- Mas, senhor, não haverá uma revisão sobre o que deve estar escrito nesse livro? Será que o conteúdo é próprio para os nossos alunos?<br />
- Deixa de ser besta, homem. Eles precisam ler, qualquer coisa basta. Veja só o resultado do Saresp, lastimável. Eles precisam ler. Olhe por exemplo, esse outro livro, "<span style="font-weight: bold;">Vinte na área, três na banheira e alguém no gol</span>", é um livro sobre futebol, perfeitíssimo, é um assunto do cotidiano deles e usa a linguagem dos quadrinhos, que é próprio para as crianças. Portanto, não tem erro, marque esses dois e escolha mais 48, dessas quatro listas que estou dando em suas mãos. Você vai ter uma bela compensação depois.<br />
- Como, senhor - perguntou Paulo assustado - que tipo de compensação?<br />
Com um sorriso levemente maroto e cínico, o Dr. Amadeu disse:<br />
- Está tudo dentro da lei, meu filho. Sempre sobra algo para nós nessas licitações.<br />
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E assim, Paulo, mesmo com uma dor na consciência, relacionou os livros para o Programa do Governo. Dias depois, sua conta bancária estava bem gorda. Seu superior lhe disse para não se preocupar. Pelo trabalho feito, Paulo havia ganho um bônus, e que dali em diante, novos bônus poderiam surgir, desde que seu trabalho satisfizesse seus superiores.<br />
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E a bomba estourou meses depois. Todos os meios de comunicação noticiaram que muitos dos livros indicados eram impróprios pra os alunos do fundamental. Muitos deles recheados de palavrões e incitações á violência. De quem seria a culpa, dos técnicos do governo que não fizeram a devida revisão ou das editoras que usaram de má fé indicando pura e simplesmente os livros sem se importar à quem estavam destinados?<br />
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A editoras se defenderam, dizendo que lhes foram pedido uma lista de livros onde os estado iria verificar e comprar para o programa de leitura. Nunca em nenhum momento, as pessoas do estado disseram que esses livros seriam destinados para alunos da 3ª série do fundamental.<br />
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Do outro lado, o governo se defendeu, dizendo que nas diretrizes do programa, estavam a leitura e verificação de cada livro escolhido por uma equipe de técnicos especializados. Dando a entender que deve ter sido uma falha humana.<br />
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Bem, o dinheiro foi pago, algumas editoras festejaram e saíram do vermelho. Algumas pessoas no governo levaram as suas partes já que a compra foi superfaturada, como sempre nesse país.<br />
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O Dr. Amadeu, entrou em férias e foi viajar para a Europa.<br />
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E o pobre Paulo, héin?<br />
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Bem... Alguém teria que levar toda a culpa, não é mesmo?<br />
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<span style="font-size: 78%;"><span style="font-weight: bold;"></span></span><br />
<blockquote><span style="font-size: 78%;"><span style="font-weight: bold;">Esta é uma obra de ficção. Os nomes aqui citados, bem como as obras e suas editoras, são fictícios. Qualquer semelhança é uma mera coincidência. Se bem que... É melhor eu ficar quieto!</span></span></blockquote><br />
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<a href="http://images.google.com.br/images?gbv=2&hl=pt-BR&safe=off&sa=1&q=funcionario+publico&btnG=Pesquisar+imagens&aq=1&oq=funcionario+"><span style="font-weight: bold;">Fonte da imagem</span></a><br />
<div style="text-align: right;"><span style="color: #000099; font-size: 85%;"><span style="font-style: italic; font-weight: bold;">(by A. J. Rosário - 31/05/2009)<br />
Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.</span></span></div><b>Crônica publicada no CrazySeawolf's Blog </b>Aparecido José (Crazyseawolf)http://www.blogger.com/profile/02196653885645533482noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3976532246741223597.post-26572778490457317692010-04-16T21:41:00.000-03:002010-04-16T21:46:13.001-03:00O bar e o trovão<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuGIZNc9O8hyphenhyphentFEqzpMrhvc_zthmCYWiXe-nzJtoyHkw-veRce8LJG5qbZB8h4i9Ex9q50qS_IUnS7nD8mPt_aU9ukWX2_hH60UwQrjwCy2nVApJ_4ki0S627UidhyhbzHLQByLDZd8pVV/s1600-h/raio1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuGIZNc9O8hyphenhyphentFEqzpMrhvc_zthmCYWiXe-nzJtoyHkw-veRce8LJG5qbZB8h4i9Ex9q50qS_IUnS7nD8mPt_aU9ukWX2_hH60UwQrjwCy2nVApJ_4ki0S627UidhyhbzHLQByLDZd8pVV/s200/raio1.jpg" /></a></div>E lá estava ela com aquele sorriso tão lindo, mas que escondia por trás uma imensa tristeza. Nossa amizade havia começado tão de repente, que nossos segredos mais íntimos começaram a ser revelados a medida que nossos encontros naquele barzinho aumentavam.<br />
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Éramos perfeitos. Como diriam as pessoas, perfeitas almas gêmeas. Costumávamos sair quase toda a noite e aquele barzinho se tornou nosso ponto de encontro.<br />
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<a name='more'></a>Lá era o nosso mundo surreal, pois estando juntos dividíamos nossos temores e alegria, um completando as palavras do outro, e essa amizade começou a se tornar algo mais. Tínhamos tanto conhecimento da vida um do outro, que havia a sensação de que já vivíamos juntos há muito tempo. Naquela bela noite de sexta, algo estava para acontecer.<br />
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Eu particularmente estava ansioso e a algum tempo já sentia que realmente algo maior poderia acontecer entre a gente, e sabia que ela também estava sentindo o mesmo.<br />
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E assim, o ritual da noite começava, ela sempre chegava primeiro que eu, e já ajeitava uma mesa própria para nós dois. Naquela noite, eu sabia que alguma coisa poderia acontecer, e no momento que cheguei, percebi pelo seu olhar que algo era inevitável.<br />
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Pedimos como sempre uma entrada de fritas, com a cervejinha bem gelada ao lado, mas nesse dia nenhuma palavra estava saindo de nossas bocas, apenas os nossos olhares que não se desviavam... Parecia que nós conversávamos por pensamento, nossas mãos se tocavam e fazíamos carícias um no outro. Nós tínhamos chegado a um ponto em que não poderia haver mais retorno.<br />
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Na saída do barzinho, um casal se esbarrou nela fazendo com que ela tropeçasse em minha direção. Prontamente a segurei pelos ombros, e naquele momento o impulso falou mais alto. Frente a frente um do outro, nossos corpos se tocando, nós não conseguimos resistir e nos beijamos.<br />
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Parecia durar uma eternidade. Podíamos sentir nossos corações batendo cada vez mais fortes. Naquele momento, naquela calçada, naquela noite, estávamos nos tornando um só corpo, uma só alma... Mas como se fosse um aviso dos céus, um trovão anunciando a chuva que estava por vir, nos separou e nos trouxe de volta a realidade nua e crua.<br />
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Eu não posso, ela disse, e continuou: Você sabe que não podemos. O que vivemos aqui todas essas noites era mais como um sonho, daquilo que poderia ter sido, mas não foi. Temos uma vida aqui fora e não podemos comprometê-la mais do que já fizemos, é hora de parar. Eu te amo, mas não posso abandoná-los. Tenho responsabilidades... (nesse momento lágrimas caiam pelo rosto) Você sabe do que estou falando...<br />
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E então naquela chuva ela se foi para nunca mais voltar. E eu ali parado, esperando que ela voltasse de encontro aos meus braços...<br />
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Ainda vou sempre naquele bar na esperança que um dia eu possa encontrá-la, mas como sempre, permaneço só na mesma mesa que um dia eu e ela dividíamos.<br />
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E toda vez que cai um trovão, ainda mais se for numa sexta a noite, lembro daquele momento que foi tão singular e tão real para mim. Um sonho que nunca poderia ter dado certo.<br />
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Um amor que nunca, jamais poderia ser concretizado! <br />
<div style="text-align: right;"><span style="color: #000099; font-size: 85%;"><span style="font-style: italic; font-weight: bold;">(by A. J. Rosário - 15/02/2008)<br />
Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.</span></span></div><b>Crônica publicada no CrazySeawolf's Blog </b><br />
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Fonte da imagem: <a href="http://www.deidimar.pro.br/relampagos/index.html">Relâmpagos</a>Aparecido José (Crazyseawolf)http://www.blogger.com/profile/02196653885645533482noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3976532246741223597.post-6209894830188233172010-04-14T15:33:00.000-03:002010-04-14T15:33:07.626-03:00Corinna Libertada<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/1909/2038/1600/lago1.jpg"><img alt="lago" border="0" src="http://photos1.blogger.com/blogger/1909/2038/200/lago1.jpg" style="float: right; margin: 0px 0px 10px 10px;" /></a>Corinna, triste e em profunda depressão, sentou-se a beira do lago que ficava do lado de sua casa, ela não queria estar com ninguém a não ser sua própria angústia de ter tido uma existência nula. Casou-se aos 13 anos, praticamente vendida pelo seu pai a um comerciante da cidade grande, viu sua juventude se esvair na forma de sucessivas gravidezes e de cuidar de um homem já idoso, que a tratava como se fosse uma criada qualquer.<br />
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<a name='more'></a><br />
Nasceram 5 filhos, sendo que 2 deles, prematuros, morreram no parto. Sobraram Joanne, James e John. Seu marido não chegou a ver o primeiro aniversário do caçula James, um infarto fulminante acabou com ele. Ainda bem que ele tinha algumas posses, o que contribuiu para que Corinna não fosse jogada na rua da amargura. Com três crianças para criar, ela comeu o pão que o diabo amassou, mas mesmo assim, ela agradecia aos céus por conseguir vencer a tudo e a todos. Mesmo com todos os infortúnios, Corinna era uma pessoa muito religiosa e jurou em vida não pertencer a nenhum outro homem. Ela criou dentro de si uma parede. Para ela Deus a estava provando...<br />
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Sua filha Joanne, quando tinha 16 anos, foi violentada e espancada por um grupo de desocupados e com o passar do tempo foi se tornando cada vez mais paranóica e acabou se suicidando, cortando os pulsos.<br />
John, o filho mais velho foi assassinado quando estava no meio de um tiroteio na praça central da cidade. Dizia-se que ele fazia parte da quadrilha que assaltava o comercio local, mas nada tinha sido realmente provado. Dizia-se também que sua irmã tinha sido violentada como parte de uma vingança de uma quadrilha rival.<br />
Mas Corinne sempre agradecia a Deus. Eram provações que ela tinha que passar...<br />
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John, o caçula, tocava o comercio deixado por seu pai, e cuidava de sua mãe. Casou-se com uma linda garota da região, Dianne, mas não deu sorte. Ela começou a trair John com um amor de sua infância. Não tardou muito e o pobre rapaz descobriu tudo. Num acesso de fúria assassinou a esposa e seu amante, e no fim, deu um tiro em sua própria cabeça. Para Corinne, Deus continuava com suas provações...<br />
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Hoje Corinna está com 48 anos e cansada de viver. Cansou-se das provações... Na beira do lago ela pensa em como as coisas poderiam ter sido diferentes. Poderia ter fugido de casa, assim não ter aceitado um casamento imposto. Quem sabe poderia ter tido outro homem, alguém que ela realmente amasse. Mas ela hoje está sozinha e sem ninguém. Financeiramente, ela vivia de uma pensão e de alguns aluguéis deixados por seu falecido marido... mas por dentro, ela estava aos pedaços.<br />
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Sentada a beira do lago e encostada numa árvore, ela via o seu olhar se tornar turvo, a paisagem se tornar embaçada, suas pernas e braços não mais responderem aos seus impulsos... Ela estava se despedindo do mundo. Para que viver? Deus ferrou-a a vida inteira, e agora era ela que estava no comando. Apenas alguns comprimidos e ela agora determina seu próprio destino. Estava livre para alçar novos vôos. Não era mais seu pai, seu marido, seus filhos, Deus, igreja, sociedade... Agora é apenas ela e ninguém mais.<br />
<div style="text-align: right;"><span style="color: #000099; font-size: 85%;"><span style="font-style: italic; font-weight: bold;">(by A. J. Rosário - 16/01/2006)<br />
Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.</span></span></div><b>Crônica publicada no CrazySeawolf's Blog </b>Aparecido José (Crazyseawolf)http://www.blogger.com/profile/02196653885645533482noreply@blogger.com0